Reflexos da graça

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Orar sempre!

Uma das grandes questões relacionada com a oração é "Se Deus sabe todas as coisas e conhece as nossas necessidades, porquê orar?" Se O nosso Pai sabe o que precisamos antes de nós lho pedirmos (Mateus 6:8), porque é que Ele insiste para que oremos? Honestamente não sei responder cabalmente a esta e a muitas outras perguntas relacionadas com a oração, mas como bem disse Harold Dunn, "Se esperarmos até entendermos tudo acerca da oração nunca oraremos."

Num destes dias meditei acerca da parábola contada por Jesus em
Lucas 18:1-8. Logo no preâmbulo, Lucas resume o alvo da história: "uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer." Jesus, não só partilhou o modelo de oração, Ele próprio foi o modelo exemplar da oração incessante. A oração é um santo dever, é uma ordenança e um privilégio exclusivo dos filhos de Deus. Mais do que uma reza repetitiva, ou da leitura de uma infindável lista de assuntos, a oração implica relacionamento - é a comunhão íntima entre Deus e o homem. A oração é um diálogo amoroso. É a respiração da vida espiritual. Se não orarmos, vamos asfixiar e definhar espiritualmente.

Algumas parábolas fazem comparações e outras apresentam contrastes, como esta. Deus Pai, ao contrário do juiz iníquo da história, é O bom e justo juiz. Ao contrário daquele vil magistrado que desprezava a viúva, Deus deseja ouvir-nos e tem prazer em atender e responder às nossas preces.

A responsabilidade do Juiz não é dar-nos razão, é exercer a sua autoridade e aplicar a justiça. A autoridade, a justiça e o poder pertencem a Deus. Relembro Max Lucado: "O poder da oração não depende de quem a faz, mas de quem a ouve!"

A nossa responsabilidade não é mudar a vontade “do Juiz”, é rogar-lhe para que Ele exerça o juízo, a graça e a misericórdia. Relembro C. S. Lewis: "As minhas orações não mudam a Deus, mudam a mim mesmo.” A viúva ensina-nos a clamar sem desanimar, a oração deve ser persistente, mas não deve ser encarada como um meio para que Deus faça a nossa própria vontade, antes, que a vontade de Deus seja feita em nós e nos outros – “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mt. 6:10).

As respostas que recebemos, são as que correspondem à sua santa vontade (1 João 5:14-15). Há um tempo certo para as respostas de Deus. Algumas são imediatas, outras parecem-nos "tardias" (v.7), mas na agenda divina, Deus "depressa" intervém com verdadeira justiça.

Que Deus nos ajude a orar sempre.
Orar por tudo. Orar sem cessar. Orar sem desanimar.

“Pedi e dar-se-vos-á”. Quem pede, recebe!"

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Tempo de curar

“Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se” (Lucas 4:30)
 
Existem muitas passagens bíblicas que me impressionam pela grandeza e majestade de Jesus aqui na terra, mas esta de Lucas é maravilhosa, quer pela clara demonstração da supremacia de Jesus em relação aos homens, quer pela evidência da pequenez humana e da pobreza dos seus limitados intentos.
 
Depois de Jesus ler o profeta Isaías na Sinagoga, que O Espírito do Senhor viria e escolheria um homem para evangelizar, curar e libertar os cativos e oprimidos, Jesus fechou o Livro e disse que essa profecia, naquele dia, se tinha cumprido nele. Ele próprio era esse Homem que faria tais coisas admiráveis.
 
Os sacerdotes, os doutores e interpretadores da Lei, os fariseus e todos os que estavam na Sinagoga ao ouvirem isto, em vez de ficarem contentes e louvarem a Deus, ficaram enfurecidos e resolveram matá-lo. Expulsaram O Cristo da Sinagoga e da cidade e levando-o até ao cume de um monte, queriam atirá-lo dali para o matarem. Quando já estavam no alto do monte, lemos que Jesus “passando pelo meio deles, retirou-se.”
 
Alguém disse que Jesus passou “majestosamente” pelo meio deles. Gosto dessa inferência. Não foi só O Messias que passou calmamente pelo meio deles, foi também O Deus-Homem. Os homens intentavam matá-lo, mas estava diante deles O Caminho, a Verdade e a Vida. Os maus e iníquos religiosos ficaram paralisados pela passagem do poder divino.
 
Este episódio demonstra que Jesus esteve sempre no controlo soberano de todas as coisas. Ainda não era o tempo para O Cristo ser morto. O ungido morreria sim, mas não seria quando os homens desejavam ou queriam, somente quando a hora, que Ele próprio determinou, tivesse chegado. Agora era tempo para caminhar em direcção ao Gólgota e nesse trajecto salvar, curar e libertar a muitos. Tempo para cumprir as Escrituras sagradas.
 
Ainda hoje, O Jesus Cristo que morreu pelos nossos pecados, que ressuscitou e está vivo, continua a ter tempo para salvar, curar e libertar quem a Ele quer ouvir e receber. O "ano aceitável do Senhor" também é hoje. Para já.

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A ignorância e a felicidade

Algumas pessoas dizem que não querem estar informadas. Preferem não ler jornais, ouvir e ver as terríveis notícias deste mundo em convulsão, que todos os dias chegam aos nossos lares através dos meios de comunicação. Não desejam ouvir nada de negativo ou que contrarie "a sua felicidade". Dizem que são mais felizes se taparem os ouvidos e fecharem os olhos ao que está mal.
 
Mas a ignorância em relação ao mal não é sinónimo de felicidade. O paradoxo da cruz de Cristo e a escolha da via do sofrimento, provam que não é a ausência de dor que conduz à felicidade. Muito pelo contrário. A estrada da felicidade é permeada de espinhos, dores e sofrimentos.
 
Fiódor Dostoievski escreveu que "O homem deveria fundamentar a felicidade dele por meio do sofrimento: é a lei da terra." A terra precisa ser ferida e revolvida para dar mais fruto. É a forma como lidamos (ou não lidamos) com os registos negativos que chegam até nós, que determinam a sua influência na nossa existência.
 
Para lidarmos bem com os factos negativos desta vida - e são tantos -, carecemos da presença e da intervenção de Deus. É a fé em Deus que nos protege dos dardos inflamados do maligno (Efésios 6:16). Sem Deus não conseguimos enfrentar as persistentes labaredas de malignidade deste mundo e da humanidade.
 
É na medida que conhecemos mais de Deus e da sua Palavra, que poderemos lidar, enfrentar e vencer o mal. Só o Bem, vence o mal. Seremos e tornaremos os outros verdadeiramente mais felizes.

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Levantemo-nos e edifiquemos!

Enquanto o livro de Esdras narra a reconstrução do Templo em Jerusalém, o livro de Neemias discorre acerca da restauração das muralhas da cidade. É a história de um Judeu que se encontrava cativo na Pérsia e que, ouvindo acerca do estado calamitoso do seu povo e da sua nação, ficou tristíssimo. Mas mais do que ficar triste, ele decidiu orar e agir.
 
Neemias era Copeiro e tinha a responsabilidade de provar o vinho do Rei para averiguar se este estava envenenado. Quando Neemias entrou na presença do Rei Artaxerxes, este notou a sua tristeza - um copeiro provador de vinho, triste, é algo muito estranho. Neemias contou a sua amargura ao Rei, mas antes disso, já tinha conversado longamente com o Rei dos Reis - era um homem de oração. O Rei, tocado por Deus e pelo amor de Neemias ao seu povo, acedeu em enviar o seu Copeiro na reconstrução dos muros de Jerusalém.
 
De Copeiro, Neemias passou para missionário, arquitecto e engenheiro. Neemias não só é o paradigma de homem de oração, mas também de acção. A oração a Deus leva-nos à acção e mesmo quando oramos já estamos a agir. A oração, disse Bonhoeffer, "é o perfeito exemplo da acção reservada por excelência." Os muros e as portas das antigas cidades eram muito importantes. Protegiam a cidade das más entradas e saídas. O Senhor Jesus disse que é do coração que saem todas as nossas coisas más. Devemos proteger e guardar o nosso coração. As brechas nos corações permitem a entrada e a saída de muita porcaria. Provérbios 4:23 alerta para que, "sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida."
 
Tantas pessoas, famílias, igrejas e povos a precisar de restauração e reedificação. Os muros estão partidos. Fazer o quê? Orar e agir. Colocar-se nas mãos de Deus e deixar que Ele nos conduza na edificação e na reconstrução das vidas. São as poderosas mãos de Deus que, usando as nossas, assim o fazem. Pedra sobre pedra.
 
"Levantemo-nos e edifiquemos!"

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"Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas." Mateus 7:12
 
 
É chamada de Lei Régia ou Regra Áurea, mas, mais do que uma simples regra ou ensinamento ético, estas palavras de Jesus são um princípio de vida que transforma radicalmente quem o vive.
 
O enquadramento é o Sermão que O Mestre proferiu aos seus discípulos no Monte, nos arredores de Cafarnaum. Relaciona-se com a oração, a fé, a dependência e a obediência ao Pai celestial (vers. 7-11) e por entrarmos pela porta estreita da Vida e quando trilhamos o caminho apertado da auto-negação e da sujeição à vontade de Deus (vers. 13-14).
 
Estão implícitas nestas palavras as coisas que não devemos fazer aos outros, porque também não gostamos que nos façam a nós, mas mais do que um convite à proibição ou inacção, este princípio é um estímulo à acção e às atitudes que beneficiam e abençoam o outro. O "fazer" que resulta de estarmos e caminharmos com Cristo, precisamente porque sem Ele nada podemos fazer que frutifique (João 15:5).
 
O mundo, a igreja e os relacionamentos não ficam melhores por decreto ético, moral, religioso ou politico, a mudança é operada pela aplicação diária deste princípio vital. Quando nós fazemos aos outros o que gostávamos que nos fizessem, mesmo que não o façam, tudo se transforma para melhor.

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Empresários do sagrado

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratar uma igreja como se uma empresa fosse, para além de ser um insulto a Deus e à Igreja, é um sintoma de doença espiritual. O empresário do sagrado centraliza a sua obra em si próprio, em estratégias de crescimento, métodos organizacionais, objectivos de multiplicação, enfim números (dízimos!). Valoriza muito a imagem, o sucesso, os resultados. Para alcançar os seus objectivos e fazer a "máquina" funcionar, usa todos e tudo. Assistentes, cantores, músicos, membros e visitantes são subalternos e actores da sua agenda e organigrama eclesiástico.
 
Como agravante, os sacros empresários costumam envolver esta materialidade e mundanidade toda com uma capa de espiritualidade balofa. Transmitem a ideia que são líderes especiais, com capacidades sobrenaturais fora do vulgar (que de Deus não tem nada). Ensinam um misticismo vitorioso mas que é baseado no esforço pessoal e "no muito fazer".
 
C. S. Lewis disse que a recomendação feita a Pedro foi: "Apascenta as minhas ovelhas", e não "faça experiências com as minhas cobaias." Mas estes lideres produzem nos seus cultos uma panóplia de experiências e fabricações emocionais para fazer palpitar e animar as pobre almas dos pobres crentes. Transaccionam "espiritualidade", alegria e emoções, a troco de fartos dízimos e promessas de fé (dinheiro!). A Igreja, contudo, não é uma empresa ou organização e nem sequer é uma instituição.
 
 
A Igreja é um Organismo Vivo. Cristo é O Cabeça e os membros, os realmente nascidos de novo e salvos pela graça de Deus, são o seu Corpo. A única Pessoa que faz a Igreja crescer é O próprio Senhor, "e todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (Actos 2:47). O único Senhor da Igreja é Cristo.
 
O ambiente onde este Corpo vivo cresce é permeado de amor, graça, humildade, unidade e sem triunfalismos ufanos. Aos pastores e líderes, exige-se que revirem as suas mesas comerciais e que batam no seu peito, coberto de saco e cinza. E depois sim, apascentem o rebanho com temor e tremor a Deus.
 
 
"Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas." (João 21:17)

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A sabedoria dos velhos

As pessoas idosas são importantíssimas numa comunidade. Vivemos na sociedade que privilegia a novidade, a juventude, em detrimento da velhice. Cada vez mais existem empresas e organismos que contratam pessoas até uma cerca idade (“jovem e com muita experiência!”). Há uma ditadura da juvenilidade instalada.
 
Não sei se é o peso dos meus anos, mas cada vez mais valorizo a velhice. Claro que não penso que a idade traga por si só uma espécie de sapiência mágica. Ernest Hemingway no seu livro "O Adeus às Armas" diz que “a sabedoria dos velhos é um grande engano. Eles não se tornam mais sábios, mas sim mais prudentes.” É certo que existem jovens que são sábios e há alguns velhos que são loucos e imprudentes. Mas geralmente um velho tem a temperança, a frugalidade e o saber que só os anos da vida podem dar. É precisamente esta prudência e moderação que torna os velhos indispensáveis numa comunidade, numa empresa, numa instituição, numa igreja.
 
Uma igreja sem jovens, sem crianças, é uma igreja doente, pobre e amortecida mas por outro lado, uma igreja sem velhos, é uma igreja desequilibrada, inconsequente e imponderada. Falta-lhe história, prudência e raízes. É esse desequilíbrio comunitário que por vezes vai originar muitos desvios, exageros e absurdos. Muita parra, mas pouca uva e sumo. Pode ser uma igreja com muita força, energia e actividades, mas falta-lhe sensatez, maturidade e sabedoria. Importa pois valorizar o saber antigo e honrar as pessoas mais velhas. Embora a velhice não seja um posto (como se dizia outrora no serviço militar), “coroa de honra são as cãs”.
 
Ouçamos portanto os mais velhos e aprendamos com a sua experiência de vida.
 
"Os que estão plantados na Casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, para anunciarem que o SENHOR é recto; ele é a minha rocha, e nele não há injustiça." (Salmos 92:13-15)

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Tesouro em vasos de barro

Um cristão não tem que andar sempre a sorrir. Numa leitura, ainda que breve, da biografia do Apóstolo Paulo descrita na segunda carta aos Coríntios (1:8-9; 4:7-10; 6:4-10; 12:7-10), percebe-se facilmente que o grande mensageiro da graça de Deus era um homem comum. Um homem cheio de tribulações, tristezas, angústias, lutas, oposições e mesmo contradições. Na sua carta à Igreja em Roma, ele partilha que tinha "grande tristeza e contínua dor no meu coração." (Romanos 9:2)

Paulo era um homem que vivia aquilo que Watchman Nee designou por "paradoxo inerente": «ser um cristão é ser uma pessoa em quem há uma inconsistência fundamental. O cristão é aquele quem existe um paradoxo inerente. Esse paradoxo vem de Deus. Algumas pessoas pensam que no viver cristão só existe o tesouro e não o vaso de barro.» 
O Apóstolo Paulo tinha consciência clara da sua própria fragilidade e fraqueza e que o poder e a excelência eram de Deus. E os cristãos de hoje? Que dizer daqueles que enganam o povo dizendo que a vida cristã é um contínuo mar de facilidades, um jorrar ininterrupto de conquistas, vitórias, saúde e de prosperidade financeira? 

A verdade é que um cristão, como qualquer outra pessoa, também atravessa na sua vida aflições, tristezas, angústias inconsistências e mesmo dúvidas. Ele sabe que não está sozinho. Deus está no seu caminho. Mas estas coisas sucedem, para que se lembre que precisa confiar mais no Tesouro-Deus, e menos em si próprio (2Coríntios 1:9).

O poder, a força e a glória pertencem somente a Deus. O único tesouro é Ele. Nós, somos apenas barro. Somos pó, que se pode tornar valioso na suas divinas mãos. Pela excelência do seu grande poder e misericórdia.

“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” 2ª Coríntios 4:7-10.

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A pecadora e as pedras

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Os homens dos pergaminhos arrastavam-na pela rua. Vinha quase nua. Suja, ferida e cabisbaixa. Ferida. Eles traziam pedras nos bolsos, para atirar a ela e ao Mestre. Principalmente ao Mestre. Empurraram a pecadora para perto dele e fecharam o círculo dos juízes impolutos, prontos a derramar o sangue pecador. O apedrejamento ia começar.

- Que dizes tu disto? – apontando eles com o dedo indicador para a mulher, que soluçava prostrada na terra.
 
Silêncio.
O Mestre nada disse. Continuava a enigmática escrita no pó da terra. Pensavam consigo que finalmente o tinham desmascarado. Apanharam-no.
- Não respondes? Não vais cumprir com o que dizem os Pergaminhos? – insistiam eles, gritando.
 
Pacientemente, O Mestre levantou-se.
- Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire uma pedra contra ela. – inclinando-se novamente, continuou a escrever na terra. Os pergaminhos.
Silenciosamente os mais velhos começaram a sair. Depois os mais novos. Saíram todos.
 
Ficou a mulher sozinha com O Mestre.
- Ninguém te condenou?
- Ninguém, Senhor.
- Nem eu te condeno. – disse Ele ajudando-a a levantar-se pelo braço - Vai-te e não peques mais.
 
A mulher, como que removendo todas as pedras da sua existência, renasceu. Saiu dali irradiando alegria. Sentia-se limpa, curada e perdoada. Curada.
 
 
 
(Baseado em João 8:3-11)

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Que a igreja seja igreja

É uma tendência comum nestes nossos tempos que alguém ao entrar numa igreja vá com a expectativa de receber algo. Senta-se na plateia e espera receber “algo espiritual”, transmitido “lá da frente” por um pastor, um líder de louvor ou outro artista qualquer.
 
Philip Yancey escreve no seu livro “Igreja por que me importar”, que Soren Kierkegaard acertadamente referiu que “temos a tendência de ver a igreja como uma espécie de teatro: sentamos no auditório, assistindo com atenção ao actor no palco que leva todos a olharem para si. Se estivermos suficientemente entretidos, mostramos nossa gratidão com vivas e aplausos. Mas a igreja devia ser o oposto do teatro. Na igreja Deus é a audiência de nossa adoração. Longe de fazer o papel de actor principal, o pastor deveria agir como o discreto ajudante que se senta ao lado do palco e sussurra as linhas e dá algumas dicas”.
 
 
Mudança de mentalidade
Começa pela mudança de mentalidade da liderança e dos respectivos membros da igreja. Acarreta tempo e discipulado. Implica abrir espaço para que todos os membros da igreja participem de acordo com os seus dons.
 
Em vez da igreja ser uma exibição do “One Man Show”, ou um palco de actuações e brilharetes de dois ou três “iluminados”, importa que a igreja, na sua totalidade, participe e se edifique mutuamente. Porque é precisamente pela justa operação de cada parte do Corpo, debaixo da orientação do Espírito Santo, que o Corpo místico de Cristo se revela vivo e em crescimento. Nem todos precisam pregar ou cantar, mas que haja tempo e espaço para que todos sejam igreja.
 
Que a Igreja seja realmente a Igreja.

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Desesperançado?

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Há dias de sol e outros de trevas.
Há dias de indizível alegria, mas outros em que a tristeza e a ansiedade invadem a alma de tal forma, que parece que não vale a pena continuar. Desgraça, desalento e desesperança. Jeremias também se sentiu assim um dia (Lamentações de Jeremias 3:1-20). Estava aflito, perdido nas trevas, ferido clamava e ninguém o ouvia. Coração inquieto e amargurado, sem paz. Parecia que todos à sua volta zombam dele e o perseguem. Até o próprio Deus o despedaçou.

Porventura você esteja a passar por uma situação parecida, ou já experimentou isto algum dia. Perdido, angustiado, amargurado e desorientado por não saber o que fazer.
 
 
Nasceu o sol, talvez uma manhã fresca e solarenga, Jeremias começou a recordar-se que as misericórdias do Senhor não têm fim (v.21). Que a misericórdia e a fidelidade de Deus renovam-se a cada manhã. Despontou nele a luz da esperança. Mesmo em silêncio aguardaria a salvação do Senhor. Voltar-se-ia para Deus e iria esperar nele. Deus é bom.
 
 
De que se queixa agora Jeremias? Apenas dos seus próprios pecados. Que é o homem perante o Altíssimo? De que se queixa o homem?
 
Jeremias agradeceu a Deus por estar vivo.
A esperança é O Senhor.

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Continuo a crer na Igreja apesar da igreja

Acabei de ler um comentário num blogue de um pretenso estudante de teologia que, apesar de se encontrar no último ano dos seus estudos, nunca frequentou nenhuma igreja local. Para mim isso é muito estranho. Já sofri alguns revés nas igrejas e até já deixei a minha congregação por algum tempo, mas mesmo nesses dias sempre acreditei que a vontade de Deus era estar congregado numa igreja local. Não concebo "vida cristã normal" separada da comunhão dos santos. A Bíblia liga Cristo à Igreja porque são um mistério indissociável: "Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (...) grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja." (Efésios 5:25;32).
 
 
Para que servirá o estudo de teologia se ela não se traduzir em amor fraterno, por Deus e pelo próximo? Longe vão os tempos em que a maior alegria de um nascido de novo era congregar-se numa igreja, ser baptizado, sujeitar-se a uma liderança, crescer e servir a Deus, dentro e fora da igreja local.
 
 
Haverá com certeza muitas queixas e razões contra certos líderes e contra alguns modelos de ser e fazer igreja, mas isso não invalida que a Igreja continue a ser a expressão prática do reino de Deus na terra. Continuo a achar que a igreja, na sua expressão local e na sua multiplicidade de erros, contradições, amores e desamores é o meio privilegiado, que Deus escolheu, para o nosso crescimento espiritual. Continuo a crer que Cristo está a preparar e a santificar a "igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" para a apresentar a si mesmo. Continuo a crer na Igreja, apesar da igreja.
 
 
"Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia." (Hebreus 12:24-25)

 

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Vida autêntica

Existe um tipo de cristianismo patético que apregoa a vida como sendo um ininterrupto sucesso, um acumular de êxitos jactanciosos e vitórias inchadas; um caminhar conquistador e triunfante sobre as águas em gargalhar constante. Mas a vida autêntica não é assim.

 

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Simão Pedro duvidou e mergulhou nas frias águas e nós também o fazemos. Todos temos incertezas, hesitações, doenças, perdas, tristezas, lágrimas, dores, falta de fé - tantas vezes. Temos ocasiões que parece que andámos às voltas meio perdidos e outras que sabemos claramente o que fazer e por onde ir. Umas vezes percebemos vigorosamente a vitória de Deus na nossa vida, outras parece que só vislumbramos as nossas derrotas e retrocessos. Umas vezes sorrimos por causa do doce falar de Deus, outras sofremos com o seu aparente silêncio cortante. Algumas vezes corremos por jardins frescos e verdejantes, outras murchámos por áridos desertos. Temos dias que saltámos muros, outros que ficamos prostrados no chão.

 

A vida cristã não é aquela ode de facilidades e vitórias que é apregoada por muitos líderes. É tempo dos crentes, principalmente os que pregam nos púlpitos, rasgarem o discurso do triunfalismo fátuo e pregarem a vida como ela é.

O testemunho de vida dos Salmistas e dos Apóstolos é cheio de angústias, temores e hesitações, porém, confiando sempre no grandioso Deus, que tudo faz e tudo pode.


Na loucura de ocultarem a vida real, muitos cristãos vivem na farsa utópica do reino da fantasia. No reino dos sonhos. No reino da mentira.

Na verdade, Jesus não escondeu a sua sede e o seu sofrimento. A sua vida foi de uma amorosa entrega e perda. Sofreu muito. Chorou de verdade. Morreu de verdade. A sua vida é a única autêntica. A única vitória é d’Ele.

 

 

A nossa caminhada só faz sentido quando reconhecemos as nossas fraquezas, debilidades e fragilidades inerentes a humanos, crentes ou descrentes. Nesse processo, confiemos em Cristo, porque n’Ele encontraremos a autenticidade da vida. Ele é a nossa verdadeira força, o alento, o refúgio e o poder para vivermos a vida genuinamente feliz. A vida autêntica é Cristo.

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A angústia da solidão

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A ANGÚSTIA de estar só, rodeado de gente.

 

A solidão é uma coisa terrível na nossa sociedade.

Alguém disse que a neurose da solidão é uma doença contemporânea. Esta é a época em que existem virtualmente mais oportunidades de estarmos perto de pessoas por causa dos inúmeros meios de comunicações, mas talvez nunca estivemos tão distantes uns dos outros como agora.

 

Velhos e jovens sentem-se sós porque pensam que ninguém os ouve nem compreende. Pessoas que vivem em prédios de dezenas de habitações sem nunca trocarem uma única palavra com os seus vizinhos. Fábricas, serviços, empresas e mesmo igrejas que não incrementam oportunidades para relacionamentos que favoreçam a comunicação ou o diálogo proveitoso.

 

Muitas pessoas refugiam-se nos tóxicos, no álcool, nos “Prozac´s” e alguns envolvem-se sexualmente com o primeiro relacionamento tentando preencher o vazio de amor e comunhão. Outros procuram os médicos, os psicólogos, parapsicólogos e bruxas numa tentativa desenfreada de colmatar a ânsia da solidão.

 

Muitos jovens “intoxicam-se solitariamente” de outra forma com a Internet, a televisão e os jogos. Mas é tudo em vão. O vazio, o medo e a solidão permanecem.

 

Que fazer quando mesmo os amigos ou a família viram-te as costas e as trevas da solidão invadem as profundezas do teu ser?

 

 

Existe uma Pessoa que sempre está disposta a ouvir-nos e a estar connosco. Ele preocupa-se contigo e deseja oferecer o seu amor e companhia. É Jesus!

Ele disse: “nunca te deixarei, nem abandonarei” Hebreus 13:5

 

Ele promete a quem confia nele o alívio completo do fardo da solidão, do cansaço e da opressão. "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." Mateus 11:28-30.

Basta aceitar e confiar na sua presença maravilhosa. Com Ele jamais estará só.

 

 

Jesus promete: "eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!" Mateus 28:20b

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Não desista!

NÃO DESISTA!

HAVIA uma mulher cananéia desesperada, porque tinha uma filha miseravelmente possessa por espíritos malignos. Certamente aquela mulher já tinha recorrido a muitos médicos, religiosos, familiares e amigos e a ajuda não tinha chegado. Muitos até certamente diziam que já não havia mais esperança para a sua filha. Talvez você também pense assim em relação aos seus problemas, "já não acredito que haja solução".

 

Mas um dia, aquela mulher ouviu que Jesus ia passar pelas suas terras. Então, começou a desenvolver uma fé e confiança em Jesus que poderia ajudar a libertar a sua filha. Assim, em vez de pensar que não há mais solução, esta mulher cananéia, esqueceu-se de todas as limitações impostas pela sociedade daquela época pelo facto de ser mulher e da sua raça não se comunicar com os Judeus, e quando Jesus ia a passar com uma multidão ela gritou:

 

“Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que a minha filha está miseravelmente endemoninhada.”.

 

Parece que Jesus não ouviu à primeira o clamor, mas ela não desistiu nem se importou com as repreensões e proibições impostas pelos discípulos de Jesus, e continuou a clamar pedindo ajuda ao Senhor. Por causa da sua insistência e fé, Jesus parou e dialogou com ela. Depois de verificar o desespero, a sinceridade e a fé daquela mulher, Jesus fez um milagre e libertou à distância a sua filha, elogiando a sua grande fé.

 

Se tem problemas e circunstâncias difíceis na sua vida ou na vida dos seus familiares, coisas que lhe pareçam impossíveis de serem resolvidas, faça como esta mulher, conte-lhe em oração o seu problema e creia que Jesus é o único que é poderoso para o salvar e libertar.

 

Nunca desista! Aproxime-se de Jesus e Ele vai-lhe dar o escape para a sua situação. Creia que Ele é O Senhor que pode fazer todas as coisas acontecerem.

 

Aliás, a ajuda de Jesus já está no seu caminho. Não desista de crer!

Descontinuado em 12/08/2013